O evento reuniu colaboradores dos Conselhos Regionais de todo o país para discutir temas como fiscalização, gestão, inovação e sustentabilidade no âmbito do Sistema Cofecon/Corecons

Como parte da programação do XXVI Congresso Brasileiro de Economia (CBE 2025) — o mais tradicional evento do Sistema Cofecon/Corecons — foi realizado, nos dias 6 e 7 de outubro, o Encontro de Funcionários.

Gerentes, fiscais, advogados e profissionais da área administrativa de Conselhos Regionais de todo o Brasil participaram do encontro, que teve como objetivo debater os principais desafios e demandas das entidades, além de promover o compartilhamento de experiências, conhecimentos e boas práticas. Também foram discutidos caminhos para o aprimoramento da eficiência do Sistema Cofecon/Corecons.

A abertura contou com falas da presidenta do Cofecon, Tania Cristina Teixeira, e do presidente do Corecon-RS, Rodrigo Salvato de Assis, que destacaram a importância do trabalho conjunto e colaborativo entre os Corecons para o fortalecimento da categoria dos economistas em todo o país.

Lançamento do novo Manual de Fiscalização do Sistema Cofecon/Corecons

O encontro entre os colaboradores foi marcado pelo lançamento da edição atualizada do Manual de Fiscalização do Sistema Cofecon/Corecons, documento que norteia as práticas e os procedimentos fiscalizatórios no âmbito dos Conselhos Regionais.

A apresentação foi conduzida pela Comissão de Fiscalização e Registro do Cofecon, representada pela coordenadora Maria do Socorro Erculano e pelos membros Maria de Fátima Miranda e José Marcos de Campos. A moderação ficou a cargo da superintendente do Cofecon, Aline Tales Ferreira.

O novo manual apresenta atualizações importantes, com potencial para ampliar o alcance da atuação dos fiscais por meio da modernização e diversificação dos meios e ferramentas utilizados na identificação de profissionais em exercício ilegal da profissão. Além disso, contribui para o fortalecimento do controle e da conformidade dos procedimentos de fiscalização.

Maria do Socorro iniciou sua fala com a pergunta: “Qual o papel do fiscal?”, propondo uma reflexão ao público. Em seguida, respondeu que a função primordial do fiscal é proteger o mercado de trabalho do economista e a sociedade como um todo, garantindo o exercício legal, especializado e ético das atividades de Economia e Finanças no país.

A coordenadora da Comissão de Fiscalização do Cofecon também chamou atenção para um ponto preocupante: a redução no número de economistas registrados ao longo dos anos. Ela destacou que os fiscais desempenham um papel essencial na reversão desse cenário, reforçando a importância de uma fiscalização com caráter educativo. Segundo ela, ações como visitas a escolas, agendas em universidades e participação em eventos acadêmicos são fundamentais para conscientizar estudantes e profissionais recém-formados sobre a necessidade do registro no Conselho.

Maria de Fátima, por sua vez, enfatizou que “é essencial que as abordagens sejam feitas com diálogo e respeito”, a fim de convencer os profissionais sobre a importância do registro e os benefícios que ele representa tanto para os economistas quanto para a sociedade.

O membro da Comissão de Fiscalização e Registro e conselheiro do Corecon-SP, José Marcos de Campos, explicou que a revisão e o lançamento do novo Manual de Fiscalização surgiram da necessidade de atualizar um documento datado de 2019, que já não contemplava as diversas modificações e oportunidades trazidas pelos sistemas eletrônicos implementados no Sistema Cofecon/Corecons nesse período (SEI, BRC, Thomas Greg, entre outros).

“Era necessário atualizarmos o Manual e modernizarmos as práticas de fiscalização. Mas é importante destacar o protagonismo dos próprios fiscais na construção deste manual. Afinal, foram eles, com suas experiências e conhecimentos, que nos forneceram todos os subsídios e informações necessários para construirmos o manual mais eficaz possível, à luz das tecnologias e recursos atualmente disponíveis”, destacou.

Encerrando o primeiro bloco do encontro, dedicado à fiscalização profissional, a superintendente do Cofecon, Aline Tales Ferreira, afirmou: “Os economistas são fundamentais, estão na mídia todos os dias, e a profissão é considerada uma das carreiras mais promissoras. Precisamos trabalhar, portanto, para trazer mais economistas para o Conselho, e o trabalho dos departamentos de fiscalização é essencial nesse processo.”

O painel sobre fiscalização contou ainda com a participação de fiscais do Sistema Cofecon/Corecons: Angeilton Faleiro (Corecon-DF), Bruna Koski (Corecon-SP) e Mônica Silva (Corecon-RJ), como palestrantes, e Inara dos Santos Betat (Corecon-RS), como moderadora. Os profissionais compartilharam suas experiências, com foco em práticas eficazes de fiscalização profissional.

Recuperação de créditos como caminho para a sustentabilidade financeira do Sistema

Na terça-feira (07/10), o primeiro tema abordado foi a recuperação de créditos pelos Corecons. Os advogados Diego Freitas (Corecon-SP) e Alexandre Biansini (Corecon-RS) compartilharam experiências bem-sucedidas na recuperação judicial de valores inscritos em dívida ativa de seus respectivos Conselhos.

Na sequência, a chefe de Cobrança do Corecon-SP, Ticiane Viana, e a gerente do Corecon-PE, Rayssa Mercês, apresentaram estratégias e ferramentas eficientes voltadas para a cobrança administrativa — ou seja, de valores que ainda não foram judicializados.

O registro profissional dos economistas é uma exigência legal, assim como o pagamento das anuidades correspondentes. Nesse contexto, a diligência dos gestores dos Corecons nos procedimentos de cobrança constitui um dever inerente à responsabilidade do exercício de sua função pública.

Além disso, a eficiência nos processos de recuperação de crédito representa uma premissa fundamental para a saúde financeira e a sustentabilidade do Sistema Cofecon/Corecons.

Licitações e transparência

Na sequência, foi a vez de Júlia Bittencourt (Corecon-RS) e Fábio Ronan (Procurador-Geral do Cofecon) abordarem o tema licitações e contratos, com moderação de Ana Cláudia Ramos, coordenadora do Cofecon.

Os profissionais apresentaram os princípios e requisitos legais das compras públicas, com destaque para as modalidades de compras diretas — como dispensa de licitação, inexigibilidade e emergencial. Fábio Ronan concentrou-se nas questões legais que envolvem os processos de compra dos Corecons, enquanto Júlia Bittencourt demonstrou métodos, práticas e a organização dos processos de aquisição dentro do Sistema Eletrônico de Informações (SEI).

A mesa também tratou da obrigatoriedade da publicação de contratos no Portal Nacional de Compras Públicas, bem como da alimentação dos Portais de Transparência dos Corecons — ações fundamentais para o cumprimento do princípio da publicidade, da Lei de Acesso à Informação e da Lei da Transparência.

Gestão, Inteligência e Inovação

O período da tarde teve início com uma palestra da coordenadora da Comissão de Mercado de Trabalho do Cofecon, Lucia dos Santos Garcia, sobre saúde mental e prevenção ao assédio no ambiente de trabalho, com moderação de Maria do Socorro Erculano, coordenadora da Comissão de Governança do Cofecon.

Na sequência, Daniel Soares — gerente executivo do Corecon-DF e CEO da Exitum Auditoria, Consultoria & Compliance, empresa prestadora de serviços ao Cofecon — tratou da prestação de contas dos Conselhos. Durante sua apresentação, forneceu aos funcionários dos Corecons informações técnicas e legais para que os Conselhos Regionais possam entregar suas prestações de contas com total conformidade e adequação. Por determinação legal, os Conselhos de Fiscalização Profissional devem prestar contas aos Conselhos Federais, sendo submetidos à análise do Tribunal de Contas da União (TCU).

A última mesa do evento foi dedicada aos sistemas e tecnologias essenciais para o expediente dos Conselhos. Dwan Martiningue, chefe de Registro e Cobrança do Corecon-PR, apresentou diversas técnicas e funcionalidades do sistema informacional BRC — principal ferramenta de trabalho dos Corecons, responsável pelo armazenamento e tratamento de todos os dados dos economistas.

Na mesma mesa, o gerente executivo do Corecon-PR, Amarildo Santos, destacou a importância da integridade e adequação dos Portais da Transparência dos Conselhos, enfatizando a disponibilização das informações financeiras, contábeis e os atos normativos em vigor.

Encerrando o painel, Júlio Poloni, gerente executivo do Corecon-SP, apresentou a aplicação da inteligência artificial no cotidiano do Conselho. Ele demonstrou uma nova ferramenta de IA integrada ao Sistema Eletrônico de Informações (SEI), ambiente virtual que registra e formaliza todos os processos dos Corecons. Além disso, comentou outras soluções de IA utilizadas no Corecon-SP para apoio na produção e revisão de textos, bem como na organização e integração de informações diversas. A proposta, segundo ele, é compreender a IA como uma aliada na busca por mais eficiência e praticidade nas operações do Conselho — sem substituí-la pelo raciocínio humano, pela inteligência natural ou pelo planejamento estratégico.

XXVI Congresso Brasileiro de Economia

O Congresso Brasileiro de Economia ocorreu de 06 a 10 de outubro no Plaza São Rafael Hotel, em Porto Alegre, com o tema “Desenvolvimento Sustentável: Reconstrução, Desafios e Oportunidades”. O evento reuniu cerca de 50 especialistas e 500 participantes (online e presencial) em torno de grandes temas que impactam o futuro do país, como reforma tributária, mudanças climáticas, comércio internacional, agronegócio, desigualdades regionais, inovação, economia comportamental, educação financeira e o papel do Estado na neoindustrialização. A promoção foi do Cofecon, em parceria com o Corecon/RS.

O evento contou com o patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Vero/Banrisul, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Monte Bravo Investimentos, Conselhos Regionais de Economia de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro.

Por Conselho Federal de Economia